Esta es un versión antigua publicada el 2023-05-23. Consulte la versión más reciente.

COMO AS INSTITUIÇÕES IMPORTAM PARA A PROTEÇÃO PENAL DAS ELITES POLÍTICAS BRASILEIRAS

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.21783/rei.v9i1.746

Palabras clave:

Impunidade, Instituições, Elite política

Resumen

A impunidade é geralmente percebida na Ciência Política como uma incapacidade ou mesmo oportuna falta de vontade dos membros do Estado em aplicar a lei. Pouco se observa, no entanto, a trajetória e o papel das instituições neste contexto. A escolha por leis mais brandas, por tratamento processual diferenciado a determinados agentes e um sistema recursal de decisões judiciais flexível, por exemplo, podem fomentar a impunidade de grupos sociais seletos. Desse modo, a trajetória de construção das regras do jogo importa. Este trabalho se propõe a duas análises: 1) historiar e discutir: i) a sistemática de execução de pena na história do direito brasileiro e ii) a adoção do foro por prerrogativa de função pelo sistema jurídico brasileiro; e 2) observar empiricamente a dinâmica de julgamento do Foro Privilegiado em dois Tribunais Superiores (Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça) no período posterior à promulgação da Carta Magna de 1988. O intuito é lançar luz sobre como o desenho institucional brasileiro é capaz de relativizar instrumentos punitivos para as elites nacionais. Nossa conclusão aponta que esses institutos dificultam sobremaneira a possibilidade de punição de membros da elite política no Brasil, favorecendo a impunidade e provocando mutações na lógica do sistema punitivo estatal com repercussões no sistema político.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Ernani Carvalho, UFPE

Doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (2005), foi Visiting Scholar na Universidade de Coimbra (2003-04), Research Fellow na Universitat Pompeu Fabra (2012-2013) e Visiting Research Associate na Oxford University (2022). Foi Coordenador do curso de Bacharelado em Ciência Política e Relações Internacionais na UFPE (2008-10). Foi Diretor da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI / 2009-2011). Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFPE (2010-2012). Foi Assessor do Reitor (2011-2012), Diretor de Pós-Graduação (2014-2015) e Pró-reitor para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação (2015-2019) da UFPE. Atualmente é Professor Titular do Departamento de Ciência Política e Coordenador do Mestrado Profissional em Políticas Públicas da UFPE. Também é Bolsista de Produtividade em Pesquisa (Nível 2) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e é o atual Editor da Revista Política Hoje. Coordenou projetos de pesquisa financiados pela FACEPE, CNPq e CAPES. Publicou artigos na Análise Social, America Latina Hoy, Brazilian Political Science Review, Revista de Sociologia e Política, Lua Nova, Sociologias, Revista Direito GV, entre outras e é Parecerista da America Latina Hoy, Brazilian Political Science Review, Revista de Estudios Sociales, Revista Brasileira de Ciências Sociais, Dados, Análise Social (Lisboa), Revista de Sociologia e Política, Latin American Policy, Revista Colombia Internacional, Revista Direito GV, entre outras. Tem interesse nas áreas de Política Brasileira, Política Comparada e Política Internacional.

Anderson Paz, UFPE

Doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco. Mestre em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba. Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Federal da Paraíba. Especialização em Direito e Processo Civil (ESA/PB). Especialização em Direito Administrativo e Gestão Pública (FPB). Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Paraíba. Bacharel em LEA Negociações Internacionais pela Universidade Federal da Paraíba. Professor de "Teoria Geral do Direito" e "Filosofia e Filosofia Jurídica" no curso de Direito da Faculdade Internacional Cidade Viva. Advogado (Seccional OAB-PB).

Marcelle Amaral, UFPE

Doutoranda e Mestra em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Advogada com graduação pela UFPE, possui L.L.M. em Análise Econômica do Direito sanduíche pelas Universidade de Hamburgo e de Haifa. Integra o Núcleo de Estudos em Política Comparada e Relações Internacionais (NEPI) e o Grupo de estudos sobre Poder Judiciário, Política e Sociedade (PRAETOR), ambos vinculados ao Departamento de Ciência Política (DCP - UFPE). Atualmente tem interesse nas seguintes linhas de pesquisa: instituições políticas, especialmente, sistema judiciário; comportamento e métodos quantitativos.

Citas

AMARAL, Cláudio do Prado. A história da pena de prisão. – Jundiaí, Paco Editorial, 2016.

BECKER, Gary. Crime and Punishment: An Economic Approach. Journal of Political Economy. 76 (2): 169–217, 1968.

CARVALHO, E. Judicialização da Política no Brasil: controle de constitucionalidade e racionalidade política. Análise Social, v. XLIV, p. 315-335, 2009

CARVALHO, E., Santos, M. L., Gomes Neto, J. M. W., & Barbosa, L. V. de Q. (2016). Judicialización de la política y grupos de presión en Brasil: intereses, estrategias y resultados. América Latina Hoy, 72, 59–17_88. https://doi.org/10.14201/alh2016725988

CAVALCANTE FILHO, J. T. & LIMA, F. R. Foro, Prerrogativa e Privilégio (Parte 1): Quais e quantas autoridades têm foro no Brasil? Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, Abri/2017 (Texto para Discussão nº 233). Disponível em: www.senado.leg.br/estudos. Acesso em 25 de abril de 2022.

FRISCHEISEN, Luiza Cristina Fonseca; GARCIA, Mônica Nicida; GUSMAN, Fábio. Execução Provisória da Pena: Panorama nos ordenamentos nacional e estrangeiro. Revista ANPR Online, n. 7, 2008.

GOMES NETO, J. M. W., & CARVALHO, E. (2021). Pretores condenando a casta? a atuação do Supremo Tribunal Federal no julgamento do "Foro Privilegiado". Revista de Estudos Empíricos Em Direito, 8, 1–30. https://doi.org/10.19092/reed.v8i.524

LAFFONT, J. J.; TIROLE, J. A theory of incentives in procurement and regulation. MIT press. 1993.

LEVITSKY, Steven; MURILLO, Maria Victoria. Variation in Institutional Strength. Annual Review of Political Science. 12 (1): 115–33. 2009.

LIMA, F. D. S.; GOMES NETO, J. M. W. (2018). Autocontenção à brasileira? Uma taxonomia dos argumentos jurídicos (e estratégias políticas?) explicativo (a) s do comportamento do STF nas relações com os poderes majoritários. Revista de Investigações Constitucionais, v. 5, n. 1, p. 221-247.

MÉDICI, Sérgio de Oliveira. (1985). Sugestão da Reforma da “Lei Fleury”. Justitia, São Paulo, 47(130): pp. 181-184.

MOURA, Rafael Moraes. Retorno de prisão após 2ª instância assombra políticos e atinge Mendonça. Disponível em: https://veja.abril.com.br/politica/retorno-de-prisao-apos-2a-instancia-assombra-politicos-e-atinge-mendonca/. 2021. Acesso em: 20 maio. 2022.

NORTH, D. Institutions, Institutional Change, and Economic Performance. New York: Cambridge University Press.1990.

SCHELLING, T. C. The Strategy of Conflict. Cambridge, Mass.: Harvard University Press. 1960.

SHEPSLE, Kenneth A., Rational Choice Institutionalism' em Sarah A. Binder, R. A. W. Rhodes, Bert A. Rockman (eds), The Oxford Handbook of Political Institutions (2008; online ed, Oxford Academic, 2 Sept. 2009), https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199548460.003.0002. Accesso em 22 Mar. 2023.

SHEPSLE, Kenneth A. Institutional arrangements and equilibrium in multidimensional voting models. American Journal of Political Science, 23: 23–57. 1979

TAVARES FILHO, N. Foro Privilegiado: pontos positivos e negativos. Brasília: Consultoria Legislativa/ Câmara dos Deputados, 2016. Disponível em: https://www2.camara.leg.br. Acesso em 25 de abril de 2022.

TEIXEIRA LEITE, A. A constituinte de 1934 e a unificação do direito processual brasileiro. Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas, [S. l.], v. 32, n. 2, 2016. Disponível em: https://revista.fdsm.edu.br/index.php/revistafdsm/article/view/176. Acesso em: 20 maio. 2022.

TRINDADE, Matheus Gonçalves dos Santos. A (im)possibilidade de execução provisória da pena no brasil. Revista da Faculdade de Direito da FMP – v. 12 nº 1, 2017, p. 21-42.

Publicado

2023-05-23

Versiones

Cómo citar

Carvalho, E., Paz, A., & Amaral, M. (2023). COMO AS INSTITUIÇÕES IMPORTAM PARA A PROTEÇÃO PENAL DAS ELITES POLÍTICAS BRASILEIRAS. REI - REVISTA ESTUDOS INSTITUCIONAIS, 9(1), 21–37. https://doi.org/10.21783/rei.v9i1.746

Número

Sección

Dossiê