O SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS E O DIÁLOGO ENTRE CORTES
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COMO GARANTIDOR DOS COMPROMISSOS FIRMADOS PELO ESTADO BRASILEIRO?
DOI:
https://doi.org/10.21783/rei.v11i2.850Palabras clave:
diálogo entre Cortes, Convenção Americana sobre Direitos Humanos, Corte Interamericana de Direitos Humanos, Sistema Interamericano de Direitos Humanos, Supremo Tribunal FederalResumen
O presente artigo busca investigar se o Supremo Tribunal Federal tem atuado como garantidor dos compromissos firmados pelo Estado brasileiro, notadamente no que diz respeito à Convenção Americana sobre Direitos Humanos (CADH) e às decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), por meio de um estudo das ADPFs 347 e 635. Para tanto, utiliza-se o método hipotético-dedutivo e pesquisa de cunho bibliográfico-documental. Enquanto resultado, vislumbra-se que nos dois casos analisados, o STF atuou, de fato, como garantidor dos compromissos firmados pelo Estado brasileiro. Essa atuação demonstra uma abertura do Tribunal a demandas envolvendo a proteção de direitos humanos e sua inclinação ao exercício da função contramajoritária, essencial em Estados nos quais existem grandes abismos entre os compromissos formais por ele assumidos e a realidade social. Conclui-se o diálogo do STF como SIDH possui duas faces, pois ao passo que fortalece a efetivação de direitos humanos no Brasil, também revela o estadocentrismo presente no Estado e demonstra que a a aplicação da CADH e a implementação das decisões da Corte IDH dependem, em alguma medida, da chancela do Órgão de Cúpula do Poder Judiciário brasileiro.
Descargas
Citas
ALMEIDA, Sílvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.
BARCELLOS, Ana Paula Gonçalves Pereira de. Constituição e pluralismo jurídico: a posição particular do Brasil no contexto latinoamericano. Revista Brasileira de Políticas Públicas, v. 9, n. 2, 2019.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 635. Relator: Edson Fachin. 2019. Disponível em: https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5816502 . Acesso em: 05 set. 2024.
BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 347/DF. Relator: Ministro Marco Aurélio. Brasília, 2015. Disponível em: https://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ConsultarProcessoEletronico.jsf?seqobjetoincidente=4783560 . Acesso em: 05 set. 2024.
CERQUEIRA, Daniel. “Policiais brasileiros morrem 3 vezes mais por suicídio e 19 mais por assassinatos do que os policiais dos EUA; e matam 7 vezes mais”. Folha de São Paulo. 18/09/2018. Disponível eletronicamente em: https://facesdaviolencia.blogfolha.uol.com.br/2018/09/18/policiais-brasileiros-morrem-3-vezes-mais-porsuicidio-e-19-mais-por-assassinatos-do-que-os-policiais-dos-eua-e-matam-7-vezes-mais/?loggedpaywall . Acesso em: 27, ago. 2024.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Audiências de Custódia. 2022. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario/audiencia-de-custodia/#:~:text=Lan%C3%A7adas%20em%202015%2C%20as%20audi%C3%AAncias%20de%20cust%C3%B3dia,P%C3%BAblico%2C%20Defensoria%20P%C3%BAblica%20ou%20advogado%20do%20preso. Acesso em: 21 ago. 2024.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA E OUTROS. Relatório audiências de custódia: 6 anos. 2021. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2021/09/relatorio-6-anos-audiencia-custodia.pdf. Acesso em: 03 set. 2024.
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Caso Favela Nova Brasília Vs. Brasil. Sentença de mérito, reparações e custas de 16 de fevereiro de 2017. San José, Costa Rica, 2017. Disponível em: https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_333_por.pdf . Acesso em: 28, ago. 2024.
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Caso Favela Nova Brasília Vs. Brasil. Resumo da sentença. San José, Costa Rica, 2017. Disponível em: https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/resumen_333_por.pdf . Acesso em: 28, ago. 2024.
ENGSTROM, Par. Reconceitualizando o Impacto do Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Revista Direito e Práxis, v. 8, n. 2, p. 1250-1285, 2017.
LOPES, Ana Maria D.'Ávila; DOS SANTOS, Lorena Pereira. Diálogo entre cortes como instrumento de legitimação da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria do Direito (RECHTD), v. 14, n. 1, p. 71-90, 2022.
LOZOYA, Daniel Constant Lopes.”Estudo de Caso da ADPF das Favelas”: o litígio estratégico e estrutural perante o Supremo Tribunal Federal no enfrentamento à violência de Estado no Rio de Janeiro, 2023. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal Fluminense. 285f.
MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo: n-1 edições, 2018.
OSMO, Carla; FANTI, Fabiola. ADPF das Favelas: mobilização do direito no encontro da pandemia com a violência policial e o racismo. Revista Direito e Práxis, v. 12, p. 2102-2146, 2021.
SARMENTO, Daniel; PONTES, João Gabriel Madeira. A ADPF das favelas: segurança pública, Constituição e o papel do STF na proteção dos grupos marginalizados. In: SCHREIBER, Anderson; BEZERRA DE MELO, Marco Aurélio. Direito e Transformação Social. São Paulo: Editora Foco, p.185-203, 2023.
VITORELLI, Edilson. Processo Civil Estrutural: Teoria e Prática. Salvador: Juspodium, 2020.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Flavianne Fernanda Bitencourt Nóbrega, Eduarda Peixoto da Cunha França

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após a publicação na revista.